sexta-feira, 17 de junho de 2011

O mendigo e o nobre

  




O mendigo e o nobre





Localizar um ponto em comum
Saber que, de tudo que se foi, sobraram alguns
Sobraram alguns copos, alguns pratos sujos
Daquele almoço astuto, nem a corversa pôde deter, aquele lambujo

Enfim, agora estou sentado nesta cadeira
Envolvido pelo frio da noite passageira
Acabei de acordar de um sonho profundo
Em que eu mendigava na praça como um moribundo

Me aproximo a passos lentos da varanda
Junto ao gradeado passa um mendigo usando tanga
Pensando bem, deve ser uma vestimenta de papelão
Dantes vazia, decartada, esparramada no chão

Corri à cozinha e vi uma torta que sobrara do manjar
"Talvez não alimente muito, mas poderá a fome tapear!"

Com olhos humildes que expressavam bom coração
Recebeu a torta em suas mãos, mal começou a comer e soltou uma canção
Falava de um homem que tinha tudo e não tinha nada
Tinha casa "luxuada", mas em seu coração não tinha sua morada

O homem ficou comovido, e o mendigo convidou para entrar
Morava sozinho, seus amigos só estavam para comer o manjar
Os convidados saiam de mansinho enquanto o anfitrião descansava, estava antes na solidão
Esta noite um amigo encontara, então.

Os dias foram passando e o mendigo foi se mostarndo letrado
"Como estara estilhaçado na rua um homem tão educado?"
Questionado o homem que era mendigo disse então:
Como é triste e certeira a solidão, ver quem antes te deu a mão
Tomar-lhe tudo, sem dó, nem compaixão
 
O dono da vivenda então se mostrou em situação igual
"Enquanto se tem dinheiro, todos o tratam como tal"

O tempo passou e o que era mendigo arrumara um trabalho
Era um homem digno e honesto, trabalhara de funcionário
Um dia ele falou ao dono da casa, o homem que o acolhera:
"Quem perde a esperança, a propria vida perderá
Estava coberto por papelões e um bom samaritano me acolheu
Vou proutro lugar, recuperar o que se perdeu"

Vou pra casa nova, mas para vossa senhoria deixo minha mensagem:
"Vá pra perto ou longe. Não deixe sua estalagem!
Não é a estalagem de cimento e areia que menciono
É de vosso coração de veia que bate , falo de vosso coração humano"


Gabriel O. S. Reis

Um comentário:

  1. Nossa gostei do poema nos vai refletis cada dia que passa vc Gabriel esta melhor. Parabéns amigo

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